segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A LUTA CONTRA O COMUNISMO NO BRASIL EM 1964 - PARTE II

A LUTA CONTRA O COMUNISMO
 NO BRASIL EM 1964 - PARTE II
"Não deixe que um professor comunista adote seu filho"





Amadores contra Profissionais
E então, de repente – e arrasadoramente para os planos vermelhos – algo aconteceu. No último instante, uma contra-revolução antecipou-se à iniciativa deles. A sofrida classe média brasileira, sublevando-se em força bem organizada e poder completamente inesperado, fez sua própria revolução – e salvou o Brasil.
Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito não por extremistas, mas por grupos normalmente moderados e respeitadores da lei. Conquanto sua fase culminante fosse levada a cabo por uma ação militar, a liderança atrás dos bastidores foi fornecida e continua a ser compartilhada por civis. Sua ação foi rápida (cerca de 48 horas do início ao término), sem derramamento de sangue e popular além de todas as expectativas.
Uma vitória colossal para o próprio Brasil, ela foi ainda maior para todo o mundo livre. Pois, como comentou um categorizado funcionário do Governo em Brasília: “Ela marca a mudança da maré, quando todas as vitórias pareciam vermelhas, e destrói completamente a afirmação comunista de que a “história está de nosso lado”.
Como foi, exatamente, que os brasileiros conseguiram esta vitória magnífica? A história secreta desta legítima revolução do povo – planejada e executada por amadores mobilizados para a luta contra calejados revolucionários vermelhos – é um modelo para toda nação analogamente ameaçada, uma prova animadora de que o comunismo pode ser detido de vez, quando enfrentado com energia por um povo suficientemente provocado e decidido.

A Hora é Agora

Alarmados com a perigosa deriva para o caos, alguns homens de negócio e profissionais liberais reuniram-se no Rio em fins de 1961, dizendo: “Nós, homens de negócio, não mais podemos deixar a direção do País apenas aos políticos.” Convocando outras reuniões no Rio e em São Paulo, declararam: “A hora de afastar o desastre é agora, não quando os vermelhos já tiverem o controle completo de nosso Governo!”
Dessas reuniões nasceu o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES), destinado a descobrir exatamente o que ocorria por trás do cenário político e o que se poderia fazer a respeito. Outras associações já existentes, como o CONCLAP (Conselho Superior das Classes Produtoras), formado pelos chefes de organizações industriais, tanto grandes como pequenas; o GAP (Grupo de Ação Política); o Centro Industrial e a Associação Comercial, também se empenharam em atividades de resistência democrática.
Essas organizações ramificaram-se rapidamente através do País. Embora agindo independentemente, esses grupos conjugavam suas descobertas, coordenavam planos de ação. Produziam cartas circulares apreciando a situação política, faziam levantamentos da opinião pública e redigiam centenas de artigos para a imprensa respondendo às fanfarronadas comunistas.
Para descobrir como funcionava no Brasil o aparelho subterrâneo treinado por Moscou, o IPES formou seu próprio serviço de informações, uma força-tarefa de investigadores (vários dentro do próprio governo) para reunir, classificar e correlacionar informes sobre a extensão da infiltração vermelha no Brasil.

Propaganda por Panfleto

Os líderes da classe média brasileira, armados com as montanhas de provas reunidas por seus investigadores, puseram-se então a agir. Sua missão: despertar seus tolerantes e cordiais patrícios, cujas condescendentes atitudes políticas eram resumidas muito freqüentemente na frase: “Está certo, ele é comunista, mas é uma boa praça!”
Os anticomunistas organizavam dossiês sobre os chefes comunistas e seus colaboradores, dentro e fora do Governo, e distribuíram-nos largamente entre os líderes da resistência e os jornais. Eles visavam principalmente à crescentes classe assalariada do País, a grande sofredora com a galopante inflação.
Diretores de organizações comerciais e de fábricas convocavam reuniões regulares dos empregados, discutiam o significado oculto dos acontecimentos correntes, davam-lhes panfletos. Um livrinho barato, escrito por André Gama, dono de uma pequena fábrica de Petrópolis, e intitulado “Nossos Males e Seus Remédios”, teve uma circulação superior a um milhão de exemplares. Outro documento, escrito em linguagem simples, explicava como o sistema democrático funciona melhor do que outro qualquer, detalhava as tragédias da Hungria e de Cuba, e avisava: “Está acontecendo aqui.”
A distribuição desse e de outros materiais anti –comunistas a princípio foi clandestina, depois tornou-se ostensiva. Os lojistas punham os folhetos denunciadores dentro de embrulhos e sacos de compras. Os ascensoristas davam-nos a passageiros que se queixavam da situação. Os barbeiros punham-nos dentro de revistas que eram lidas pelos fregueses que esperavam a vez. Um tipógrafo do Rio imprimiu secretamente 50 000 cartazes com caricaturas de Fidel Castro fustigando seu povo e a legenda: “Você quer viver sob a chibata dos comunistas?” À noite mandou vários ajudantes colocá-los em lugares públicos.
Os contra-revolucionários da classe média do Brasil pagavam pelo tempo no rádio e na televisão para divulgarem suas revelações. Quando a pressão do Governo fechou muitas estações de radio e TV a todos menos aos mais radicais propagandistas, eles formaram sua própria “Rede da Democracia” de mais de 100 estações em todo o Brasil. De outubro de 1963 até a Revolução, as estações dessa rede, organizada por João Calmon, diretor dos Diários Associados, iam para o ar na mesma hora em que o esquerdista Leonel Brizola arengava ao público. (Detido após a Revolução e perguntado por que falhara o golpe vermelho, o General Assis Brasil, o esquerdista chefe do Gabinete Militar do Presidente Goulart, deixou escapar: “Aquela desgraçada rede de radio e TV, assustando a opinião pública e provocando todas aquela marchas de mulheres.”)

Os investigadores não descobriram apenas o que tinha acontecido, mas também o que estava para acontecer. Adotando as táticas dos próprios vermelhos, trabalhadores infiltravam-se nos altos conselhos dos sindicatos trabalhistas, fingindo-se comunistas, mas denunciando regularmente as maquinações vermelhas. Repetidas vezes os planos dos vermelhos foram desmantelados, quando oradores e escritores da oposição iam para a imprensa e para o radio revelar o que se preparava. Certa feita, os vermelhos estavam discretamente reunindo 5 000 pessoas para uma viagem a Brasília, numa “peregrinação espontânea” para influenciar a ação do Congresso. Quando os anticomunistas denunciaram a manobra dias antes, a “peregrinação” foi cancelada.

A “Corrente de Simpatia”
Quando a sala de estar de dona Amélia não mais pôde acomodar todas as donas-de-casa ansiosas por tomar parte na CAMDE, ela mudou suas reuniões para salões paroquiais de igrejas, formou dezenas de outras pequenas células em casas de família. Cada mulher que comparecia era encarregada de organizar outra reunião com 10 de suas amigas; por sua vez estas tinham de recrutar outras. Para financiar suas atividades, elas economizavam nos orçamentos domésticos e pediam ajuda às amigas com posses. As mulheres da CAMDE insistiam em ação. Formavam comícios de protesto público; ficavam horas diariamente ao telefone; escreviam cartas (certa vez, mais de 30 000) a congressistas para “assumirem posição firme em prol da democracia”. Pressionavam firmas comerciais para que tirassem sua publicidade do jornal Última Hora, punham anúncios em jornais avisando sobre suas reuniões, apareciam em comícios públicos para discutir com esquerdistas e desafiar os agitadores, distribuíam milhões de circulares e livretos preparados pelas organizações democráticas denunciando o namoro do Governo com os vermelhos.
Além disso, produziam literatura própria, especialmente orientada no sentido das preocupações femininas; mais de 200 000 exemplares só de um trabalho, descrevendo o que as mulheres podiam fazer, foram distribuídos pela CAMDE às suas sócias, cada uma devendo tirar cinco cópias e mandá-las a possíveis candidatas a sócias.

Quando o diretor esquerdista dos Correios e Telégrafos vedou a distribuição de mensagens e publicações da CAMDE, dona Amelinha organizou uma força de senhoras estafetas para entregar o material de automóvel, convencendo pilotos de companhias de aviação brasileiras a transportá-lo para lugares distantes.
As donas-de-casa da classe média não se limitaram a seu próprio ambiente. Elas se concentraram, por exemplo, nas mulheres do sindicato dos estivadores, fortemente influenciado pelos vermelhos. “Vocês devem convencer seus maridos”, diziam àquelas mulheres. Muitas o conseguiram, e não poucos foram os estivadores assim convertidos à democracia, comunicando depois às suas esposas: “Não somos mais comunistas!”

A Marcha das Mulheres

Os primeiros a agir foram as mulheres de São Paulo. Ouvindo pelo rádio e TV o comício de 13 de março, centenas de donas-de-casa correram para os telefones para convocar um comício capaz de fazer a demonstração engendrada por Goulart parecer insignificante. Seis dias depois, a 19 de março, as largas avenidas do centro de São Paulo ficaram entupidas pelo que as mulheres denominaram “A Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Apertando livros de oração e rosários contra o peito, mais de 600 000 pessoas marcharam solene e ritmicamente sob pendões anticomunistas. E enquanto elas marchavam, os jornaleiros nas calçadas venderam centenas de milhares de exemplares de jornais contendo na íntegra uma proclamação de mais de 1 000 palavras, previamente preparada pelas mulheres. É dessa proclamação o seguinte trecho:
“Esta nação que Deus nos deu, imensa e maravilhosa como é, está em extremo perigo. Permitimos que homens de ambição ilimitada, sem fé cristã nem escrúpulos, trouxessem para nosso povo a miséria, destruindo nossa economia, perturbando a nossa paz social, criando ódio e desespero. Eles infiltraram o nosso País, o nosso Governo, as nossas Forças Armadas e até nossas Igrejas com servidores do totalitarismo exótico para nós e que tudo destrói… Mãe de Deus, defendei-nos contra a sorte e o sofrimento das mulheres martirizadas de Cuba, da Polônia, da Hungria e de outras nações escravizadas”!
Um espectador classificou a marcha das mulheres em São Paulo como a demonstração mais comovente da história brasileira. Dias depois, foram organizadas marchas semelhantes para várias das principais cidades do País. Nem todos os esforços do governo para desencorajá-las, nem as ameaças da polícia de dissolvê-las conseguiram deter as entusiásticas cruzadas.

Vitória

Pelo meio da tarde de Quarta-feira, 1o de abril, tudo estava terminado, e os lideras da classe média do Brasil estavam nos microfones saudando o colapso do comunismo. Em todas as janelas do Rio esvoaçavam lençóis e toalhas saudando a vitória, e as ruas de todas as grandes cidades do Brasil se encheram de gente alegre e dançando num espírito carnavalesco.
Do Rio Grande do Sul chegou a notícia de que Jango Goulart fugira para o Uruguai. Também escaparam às pressas Brizola, o embaixador de Cuba e chefes graduados dos vermelhos, que dispararam para as fronteiras dos países vizinhos, pularam depressa dentro de aviões rumo a Cuba ou se esconderam em embaixadas amigas de países da Cortina de Ferro.
Navios procedentes da Tcheco-Eslováquia, cheios de mais armas para os revolucionários vermelhos, foram assinalados virando rumo a Havana. E, no Rio, densas nuvens de fumaça subiam dos incineradores da Embaixada Russa, onde grandes quantidades de documentos e papéis foram queimados às pressas.
Como pôde uma nação dividida, de 80 milhões de pessoas, mudar politicamente tão depressa e sem perdas de vidas, em contraste com as carnificinas de circo romano de Cuba, ou da Espanha, onde ambos os lados lutaram tão encarniçadamente durante anos?
O mérito cabe em grande parte ao quadro dos Oficiais do Exército Brasileiro, altamente civilizado, que agiu com tanta lealdade e precisão para pôr cobro à ameaça vermelha de apoderar-se do Governo, pouco antes de chegar ao ponto de derramamento de sangue. Mas como os generais se apressam em admitir, maior mérito ainda cabe aos civis, que, tendo diante dos olhos a lição de Cuba, por mais de dois anos haviam alertado o povo – e no momento culminante deram o sinal aos militares para agirem.
Dois dias depois da Revolução, o Brasil teve um lembrete do que realmente a tornara possível. Dois de abril tinha sido marcado pelas mulheres do CAMDE como a data da “Marcha da Família com deus pela Liberdade”, no Rio de Janeiro. Mas então, com a liberdade conquistada, para que incomodar-se? As mulheres do Rio, todavia, correram aos seus telefones, como suas irmãs de outras cidades haviam feito antes. A marcha teria lugar segundo os planos, mas agora como “marcha de ação de graças a Deus”. Quando até o General Castello Branco, por meio do telefonema de um amigo, aconselhou o cancelamento, temendo violências, dona Amélia Bastos insistiu afirmando: “A marcha demonstrará ao mundo que esta é uma Revolução do povo – um plebiscito em marcha pela verdadeira democracia”.
E assim foi: um oceano de humanidade, totalizando mais de um milhão de pessoas, deslocando-se sob uma tempestade de papéis picados caindo dos arranha-céus ao longo das avenidas do Rio; um exército de paz com bandeiras, dizendo com firmeza e reverência a toda a América do Sul que os brasileiros estavam decididos a permanecer livres. “”"”"”"”"”"
"TODOS OS BRASILEIROS QUE VIVERAM  AQUELA ÉPOCA CONFIRMAM: 'APÓS A POSSE DO MARECHAL CASTELLO BRANCO, O BRASIL ENTROU NO PERÍODO DE MAIS SEGURANÇA, PROGRESSO E FELICIDADE DE SUA HISTÓRIA!' "

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